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A Mindspace for Gentle Humans 優しい人のためのマインドスペース

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Do Go Big ao existir: "exprendedorismo" em 5 refugios criativos em Tokyo e Seoul

  • Victor Hayashida
  • Aug 30
  • 3 min read

Updated: Sep 8

No Brasil, crescemos sob a influência do mantra norte-americano “Go Big or Go Home”. Empreender virou sinônimo de escala, pitch para investidor, valuations e a corrida desenfreada para ser “o próximo unicórnio”.

Mas, ao olhar para a Ásia percebi um outro caminho. Ali, empreender se aproxima mais do lifestyle do que da lógica da grandeza e se transforma em refugios criativos. Não se trata apenas de startups, fintechs ou biotechs, mas de criar ambientes que acolhem mentes criativas e oferecem refúgio silencioso em meio ao excesso do mundo.

É uma outra dimensão do empreendedorismo: a que nasce da cultura, do cotidiano e do detalhe. Lugares que são recriados a partir do ordinário: uma fábrica antiga, uma livraria, um café de bairro... e se transformam em espaços de contemplação, encontro e reinvenção.

Nesse gesto aparentemente simples, há uma força transformadora. Porque às vezes as grandes inovações começam justamente assim: em pequenas ações que aquietam a alma e reabrem o olhar para novas leituras do mesmo.

É nesse espírito que reuni cinco espaços que são refugios criativos (entre Seoul e Tokyo) que mostram como o exprendedorismo pode ser, antes de tudo, um ato de existir.




1. Streamer Coffee Company (Tokyo)

Shibuya, Nakameguro, Setagaya



People relax outside Streamer Coffee Company, sitting at tables with drinks. A small palm tree decorates the entrance. Casual, urban setting.


Um refúgio criativo nasce quando propósito, produto e pessoas se encontram.



Fundado em 2010 por Hiroshi Sawada, campeão mundial de latte art, o Streamer é um ícone da cena criativa de Tokyo. O Streamer Latte, servido em bowls generosos, não é apenas café: é uma tela efêmera que transforma o ato de beber em experiência visual e sensorial.

Seu espaço minimalista, com mesas comunitárias e janelas amplas, virou um ponto de encontro para criativos, nômades digitais e quem busca pausa no meio do ritmo acelerado da cidade.




2. Higuma Doughnuts + Coffee Wrights (Tokyo)

Omotesando / Jingumae


Cafe interior with shirts on display, a person on phone, and large windows showing autumn trees. Wooden table and chairs in foreground.


Donuts artesanais e café de especialidade se transformam em experiência cultural quando o espaço é inspirador.


Um espaço ensolarado, com grandes janelas e atmosfera arejada, onde a simplicidade vira gesto criativo. O Higuma Doughnuts nasceu da paixão de dois amigos por donuts feitos à mão, leves e macios, com ingredientes locais. Ao unir forças com o Coffee Wrights — uma das torrefações independentes mais respeitadas de Tokyo — criaram um café que é ao mesmo tempo doce refúgio e ponto de encontro.

O cardápio tem ícones como o Honey Mascarpone Donut e o clássico Cinnamon Sugar, sempre acompanhados de cafés filtrados na hora. Mas o que fica na memória é o conjunto: a luz que atravessa as janelas, o cuidado no preparo, a sensação de estar num espaço feito com afeto e autenticidade.




3. 2050 Coffee (Tokyo)

Harajuku / Omotesando


Modern café exterior with grey walls, large windows, and white sign reading "2050 coffee". Stools line the sidewalk, creating a sleek, urban vibe.


Um refúgio criativo também pode ser um convite a pensar longe.


O 2050 Coffee olha para frente. Seu nome já é uma provocação: como beberemos café em 2050? Com foco em sustentabilidade e tecnologia, o espaço funciona como laboratório do futuro, propondo experiências que vão além do sabor.

Minimalista, quase clínico, o 2050 convida à reflexão sobre o impacto de nossos hábitos no planeta, transformando cada xícara em gesto consciente.




4. Tsutaya Books (Daikanyama, Tokyo)

Daikanyama T-Site


Person in a white hoodie browses books at Tsutaya Books store. Warm lighting, wooden shelves, and colorful book covers create a cozy atmosphere.


Quando uma marca consegue ser espaço de comunidade, ela deixa de vender e passa a inspirar.


Mais que livraria, a Tsutaya Books é um ecossistema cultural. Projetada pelo estúdio Klein Dytham, ela integra livros de arte, música, cinema e café em um mesmo fluxo de experiência.

Aqui, consumo e cultura caminham juntos: é possível folhear edições raras, ouvir vinis, assistir a uma instalação e tomar café, tudo em um só ambiente. Tsutaya virou não apenas ponto de venda, mas ponto de encontro — um lugar onde arte e vida se misturam.




5. Café Onion (Seongsu, Seoul)

Seongsu-dong


People sitting in a rustic cafe, pointing and chatting. Exposed brick and large window background. Baked goods in trays nearby. Casual mood.


Empreender pode ser reinventar ruínas. Transformar o gasto em belo, o esquecido em centro de vida.


Fundado em 2016 por Yu Zu-hyung, o Café Onion surgiu da vontade de ressuscitar um velho galpão de fábrica com história e alma. Junto ao estúdio Fabrikr, ele preservou detalhes como tinta descascada, tijolos antigos e marcas do uso ao longo das décadas criando um espaço que é ao mesmo tempo ruína e refúgio criativo.

O café se tornou catalisador urbano: devolveu vida ao bairro, atraiu jovens empreendedores, cafés e padarias. Uma transformação que começou com uma xícara e virou movimento cultural.

No cardápio, o Injeolmi Pandoro, o Black Soybean Scone e a Onion Mocha não são apenas sabores mas delicadezas que traduzem o espírito sensorial e minimalista.




Para refletir...


Do latte efêmero ao pão servido em galpões industriais, do futuro sustentável ao templo cultural de Daikanyama, esses espaços mostram que o exprendedorismo não é sobre crescer a qualquer custo. É sobre criar ambientes que acolhem, inspiram e provocam novas formas de existir.

 
 
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